
Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral
Acabo de reler a matéria abaixo, publicada há quase 15 anos.
Vi o Abaporu no MALBA, em Buenos Aires, no março passado.
Ele mandou lembranças e disse que sente saudades.
Na realidade, o Abaporu nunca entendeu como os brasileiros o deixaram ser vendido. Ele também não se conforma.
"Me leve de volta", pediu.
"Não posso", respondi. "Meu dinheiro não move tantas montanhas".
O Abaporu chorou.
Uma brasileira se aproximou, comentou com o acompanhante que já tinha visto aquele quadro em alguma coleção de canecas e foi embora. Ela ainda me olhou estranho por conversar com a pintura.
Achou que eu falava sozinho.
Talvez estivesse certa.
Tela foi vendida em menos de dois minutos
Daniela Falcão, 22/11/1995 (Folha de São Paulo)
O quadro Abaporu, da pintora brasileira Tarsila do Amaral (1886–1973), que foi arrematado na noite de anteontem pelo colecionador e banqueiro argentino Eduardo Constantini por US$ 1,3 milhão, recebeu o maior valor já pago por um quadro brasileiro em toda a história. (...)
Nós não possuímos o significado da importância dessa obra, pois só nos lembramos que somos brasileiro durante as copas. As nossas elites se enchem de prazeres, como sempre o fizeram, pelas novidades e tradições europeias e americanas. Então já que nossas "cabeças pensantes" não amam a nossa terra quem é o povo para pensar o contrário?
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