quarta-feira, 23 de abril de 2014
HIPOCRISIA MIDIÁTICA
O sujeito atira para matar, as câmeras mostram tudo ao vivo, e os jornais, revistas, rádios etc. o chamam de 'suspeito'. Criminoso não, bandido não, é suspeito. Ao mesmo tempo em que alguém vai para uma manifestação qualquer, quebra uma coisa qualquer e, mesmo sem saber de quem se trata e de por que quebrou, a mídia o chama de vândalo. Acho esse comportamento muito suspeito.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
TUDO QUE PENSO
tenho vontade de escrever
tudo que penso
e essa impossibilidade
angustia
por quê?
a fim de quê?
é uma vontade boba
pois tudo que penso
está cá registrado
nalgum lugar
todinho meu
lugar aberto
a quem quiser
visitar,
revisitar
na porta, a poética
dos livros de ouro
recebe os chegados,
marca a passagem
onde público e privado
se misturam
em gentilezas
literalmente
faladas,
pensadas,
compartilhadas
ainda assim escrevo
minhas vontades
a fim de quê
não sei
não saber
é bom também
escrever, impreciso
tudo que penso
e essa impossibilidade
angustia
por quê?
a fim de quê?
é uma vontade boba
pois tudo que penso
está cá registrado
nalgum lugar
todinho meu
lugar aberto
a quem quiser
visitar,
revisitar
na porta, a poética
dos livros de ouro
recebe os chegados,
marca a passagem
onde público e privado
se misturam
em gentilezas
literalmente
faladas,
pensadas,
compartilhadas
ainda assim escrevo
minhas vontades
a fim de quê
não sei
não saber
é bom também
escrever, impreciso
terça-feira, 1 de abril de 2014
"Todos os hospitais psiquiátricos eram semelhantes, prédios vitorianos de aparência discreta, nos quais o instrumento terapêutico era indistinguível do equipamento de punição. Uma prisão, um hospício, um quartel – cada uma dessas instituições podia converter-se rapidamente em outra. Um programa de tratamento era um programa de correção. Qualquer um daqueles prédios era um hospício em potencial."
Geoff Dyer, Todo Aquele Jazz (referindo-se à esquizofrenia de Bud Powell)
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