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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

"PROTOCOLO" GANHA MENÇÃO HONROSA NO PRÊMIO USP NASCENTE 2018


Protocolo foi a primeira peça que escrevi. Ela já tinha me dado a alegria de ser selecionado para o Núcleo de Dramaturgia do Sesi - British Council. A novidade é que também foi finalista e recebeu Menção Honrosa no prêmio Nascente USP 2018 (categoria Texto).

Pretendo revisá-la para, quem sabe, tentar uma publicação no futuro. Para mim, trata-se ainda de um texto em processo de criação. Mas você pode ler do jeito como está agora, além de conhecer os demais vencedores do prêmio, basta clicar aqui: http://prceu.usp.br/nascente/premiados-2018-texto/

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ROMPENDO FRONTEIRAS: ARTE, SOCIEDADE, CIÊNCIA E NATUREZA

O Museu de Arte Contemporânea da USP acaba de publicar o livro Rompendo fronteiras: arte, sociedade, ciência e natureza, organizado pelo professor Dr. Edson Leite.

Colaboro com dois capítulos:

1) Arte como profanação de ciência: Mapa de Lopo Homem II, de Adriana Varejão. Escrito com a professora Dra. Eliane Dias de Castro, o capítulo discute a possibilidade de a arte provocar transformações no pensamento científico ao mesmo tempo em que pode ser transformada por ele. Essa reflexão toma como base a pintura "Mapa de Lopo Homem II", da artista brasileira Adriana Varejão.

2) Inquietudes do contemporâneo: experimentações poéticas e políticas do sensível. Este escrito coletivo de Gisele D. Asanuma, Isabela U. Valent, Mariana L. Mendes, Eliane D. Castro e Arthur C. Amador se dedica a pensar metodologias e frentes de trabalho para responder aos tensionamentos entre arte, sociedade, política e produção de subjetividade atualmente. Isso é feito por meio da nossa experiência com o Grupo de Experimentações e Pesquisa das Poéticas e Políticas do Sensível.

http://www.pgeha2.webhostusp.sti.usp.br/livros/C_I_EHA_11_-_Rompendo_fronteiras_-_arte_sociedade_ciencia_e_natureza_-_2018.pdf O livro completo pode ser baixado gratuitamente aqui >> PGEHA/USP

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

É OFICIAL: MEU 1º ROMANCE CHEGARÁ EM 2019


Imagem de fundo: Pintura n. 125, de Felipe Góes

Contrato assinado, agora é oficial: meu romance Bem diante dos meus olhos foi selecionado no Edital de Publicação da Prefeitura de São Paulo. Sabe o que isso significa? Vem livro novo em 2019!

Versões prévias dessa obra já ganharam menções honrosas no Prêmio Nascente USP 2015 (Categoria Ficção) e Prêmio Sesc 2016 (Categoria Romance).

O que já se disse sobre o romance: “Bem Diante dos Meus Olhos é um livro que usa como tema a morte — um rapaz enterra o pai com quem pouco se relacionava e de quem pouco sabia. À medida que a narrativa evolui, cresce também o clima de estranhamento, que vai dar numa revelação encantadora” (Assis Brasil e Cintia Moscovich, jurados do Prêmio Sesc 2016).

Gostou? Mais novidades em breve. ;)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

ÚLTIMOS EXEMPLARES DO "TESTEMUNHO OCULAR"


Estou oferecendo as últimas unidades do meu livro Testemunho Ocular com uma condição especial. Além do desconto, envio com dedicatória, se você quiser. ;)

LIVRO + FRETE por R$ 35
Me diga se tiver interesse, tá?

Pode ser por comentário aqui no post ou email para edualmeida@artefazparte.com

Aproveite!

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

ACREDITAR NO LIVRO


Quando estive pela primeira vez em Buenos Aires, o número de livrarias me surpreendeu: era como se houvesse uma a cada quarteirão, mais ou menos como drogarias em São Paulo. Não eram “megastores”, pelo contrário, eram comércios pequenos, alguns com charmosas estantes de madeira pesada, outros apenas empoeirados, a venderem livros novos e usados. A língua espanhola permite o trânsito de títulos editados em países diversos. Xeretar aquelas prateleiras foi uma experiência cultural inesquecível. Diante da situação crítica que nosso mercado livreiro vive nos dias atuais, retomo a viagem de mais de uma década em busca de alguma explicação.

Não tenho dúvidas de que a tendência global às grandes redes comerciais nos levará a um buraco negro. Isso vale para o livro e para todos os demais ramos. Ao valorizarmos padronizações de marca, ficamos reféns de empresas que engolem a concorrência, dominam setores, extinguem singularidades e, em períodos de queda, fazem tudo desabar com elas.

Não tenho condição de analisar tecnicamente os pedidos de recuperação judicial da Cultura e da Saraiva, ou mesmo o encerramento das atividades da multinacional Fnac. Sei lá que tipo de lambança administrativa levou cada uma delas à beira do precipício. Como ávido consumidor de livros, entretanto, tenho cá meus palpites, válidos em especial para as duas últimas: o maior erro delas foi não acreditarem no livro. E talvez tenham cobiçado mais do que o nosso potencial pode oferecer.

Se o brasileiro em geral lê pouco, isso não significa que nosso mercado editorial é enxuto. Somos mais de duzentos milhões. Se uma parcela discreta dessa população lê, ainda é um público consumidor maior do que países inteiros. O Uruguai não atinge quatro milhões de habitantes, e eu me lembro bem das livrarias de Montevidéu. Eram numerosas e pequenas como as argentinas. Se o Chile tem mais pessoas, proporcionalmente deve ter mais livrarias também.

Trabalhei durante dez anos no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde havia uma Fnac enorme. O setor de livros tomava metade do prédio. Eu passava meu horário de almoço lá. Encontrei mil maravilhas entre as lombadas à mostra. Com o tempo, porém, os best sellers ocasionais começaram a predominar, até que eles próprios perderam espaço para videogames, camisetas, bonecos, cafeteiras, computadores e assim por diante. Meus desejos de leitor eram cada vez menos contemplados. Quando o mercado editorial encolheu, a Fnac o abandonou sem pestanejar. E eu a abandonei em seguida.

O leitor fiel, que compra livros como arroz e feijão, aos poucos deixou de frequentar as livrarias que perderam a fé nos seus principais produtos. Sempre me pareceu perigoso preferir pilhas de livros do youtuber da vez à obra completa de José Saramago, para citar um exemplo entre inúmeros outros. Porque o famosinho só pagará as contas deste mês. Quem pagará as do mês seguinte? Perto da Fnac havia a Cultura do Shopping Villa Lobos. Uma loja especialíssima, com corredores labirínticos onde adorava me perder. Lembro-me de buscar uma nova tradução de Foucault e o vendedor não apenas saber qual era, mas já a tinha lido e podia comentá-la – enquanto numa Saraiva me fariam careta e digitariam no terminal de busca: fucô. O atendimento da Cultura também era capaz de acolher e incentivar leitores principiantes, indo além de somente efetuar vendas. Frequentar livraria desse tipo era uma experiência estética por si só.

As lojas que apostaram nos leitores e nos livros, e que talvez tenham evitado extravagâncias capitalísticas, mantiveram a saúde em dia. A carioca Travessa, no auge da crise, abre loja em São Paulo e em Lisboa. A Martins Fontes continua encantadora, inclusive com suas programações culturais. Livrarias da Vila idem. Sabe o que elas vendem? Livros. De todos os tipos e a leitores de gosto variado.

Preciso citar também as livrarias pequenas que ganharam espaço com produtos e programação cultural de qualidade, como lançamentos, debates, oficinas, grupos de leitura etc. Tais como Tapera Taperá, Zaccara, Banca Tatuí, LopLop, entre muitas outras.

Sou um autor iniciante, com apenas dois livros publicados por editoras de pequeno porte. Um terceiro título sairá no próximo ano. Dada essa perspectiva, as contradições do mercado não me parecem tão pessimistas. Visitei uma Festa de Livros da USP lotada, cada vez maior e melhor organizada. A Miolo(s), na Biblioteca Mário de Andrade, foi a mesma coisa. As feiras estão com tudo. Diversos amigos tiveram livros publicados em 2018. As editoras independentes, apesar do adjetivo questionável, conquistaram prêmios, espaços nas lojas e interesse dos leitores. Isso porque acreditaram em escritores, no público e nos livros, fazendo corpo para segurar as quedas da economia.

Como bem disse Luiz Schwarcz em seu apelo de amor aos livros, precisamos incentivar o editor pequeno e suas publicações minoritárias, não só em número de exemplares, mas nas causas que defendem. O livro ainda é um ponto de resistência em que a diferença pode se apoiar. Mas para isso precisamos comprá-los, lê-los e valorizá-los.

A queda de 40% na arrecadação desde 2014 mostrou que as editoras não podem se iludir com os incentivos do governo, que ora aquecem o mercado, ora deixam todos à deriva. Se a Amazon espreme as margens de lucro dos fornecedores e recentemente começou a editar por conta própria, não é sem motivo que insiste no consumidor brasileiro. Por outro lado, existe uma experiência de compra em livraria que, ao menos por enquanto, a gigante norte-americana está longe de proporcionar.

De minha parte, suponho que o caminho está esboçado. É preciso acreditar nos livros, investir na qualidade da experiência com eles e na formação de público leitor. É preciso acreditar nos escritores, em suas obras e em seus admiradores. Talvez a crise atual sirva para mostrar que nosso mercado editorial não precisa crescer como as indústrias farmacêuticas; talvez sejam as doses homeopáticas que manterão a saúde livreira por aqui. Ao menos é assim que os pequenos editores vêm remediando a crise, com perseverança, página por página.