domingo, 7 de fevereiro de 2010
"A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique."
"Juro que este livro é feito sem palavras. É uma fotografia muda. Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta."
"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui."
"Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela."
"Se o leitor possui alguma riqueza e vida bem acomodada, sairá de si para ver como é às vezes o outro. Se é pobre, não estará me lendo porque ler-me é supérfluo para quem tem uma leve fome permanente. Faço aqui o papel de vossa válvula de escape e da vida massacrante da média burguesia."
"Pois era muito impressionável e acreditava em tudo o que existia e no que não existia também. Mas não sabia enfeitar a realidade. Para ela a realidade era demais para ser acreditada."
"Eles não sabiam como se passeia."
"Macabéa separou um monte com a mão trêmula: pela primeira vez na vida ia ter um destino."
"A vida é um soco no estômago."
Trechos selecionados de A hora da estrela, de Clarice Lispector
sábado, 6 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
"O que Goethe dizia de si mesmo pode-se perfeitamente aplicar à obra de Jung: 'Se suprimisse tudo o que devo aos meus predecessores, restaria pouco. Minha obra é a de um ser coletivo que se chama Goethe'. Por sua vez, Jung escreve: 'Nós não somos os criadores de nossas ideias, mas apenas seus porta-vozes; são elas que nos dão forma... e cada um de nós carrega a tocha que no fim do caminho outro levará'."
Léon Bonaventure no prefácio de Memórias, Sonhos, Reflexões, de Carl. Gustav Jung (org. Aniela Jaffé)
Léon Bonaventure no prefácio de Memórias, Sonhos, Reflexões, de Carl. Gustav Jung (org. Aniela Jaffé)
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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