Pesquise aqui

Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

ENTREVISTA SOBRE O TESTEMUNHO OCULAR

Concedi a entrevista abaixo ao jornalista e escritor Alex Xavier, que propôs questões sobre o processo criativo e outras um tanto inusitadas a respeito do recém-lançado Testemunho Ocular, meu novo livro de contos. Bateu uma curiosidade? Clique e encomende seu exemplar no site da Lamparina Luminosa.



O que justifica esses contos compartilharem um mesmo livro?
Os contos foram escritos ao longo de vários anos. Com o tempo, percebi que havia entre eles uma inquietação comum, uma espécie de estranhamento com relação às imagens e à visualidade. Foi nesse momento que optei por reuni-los e desenvolver um projeto gráfico compatível. O livro coloca em evidência esse meu interesse pelo inquietante e pelas imagens que, apesar de dominarem nosso dia a dia, são insuficientes em muitos quesitos.

Do que você abriu mão durante o processo do livro? (contos inteiros? ideias desconexas? um palavreado muito formal? seu sono?)
Alguns contos selecionados na primeira versão da coletânea foram excluídos, mas isso faz parte do processo editorial. Acho que não abri mão de muitas coisas. A editora respeitou minhas escolhas e colaborou bastante para a qualidade do livro, tanto gráfica quanto literária. Até mesmo o ano e meio que levou desde a seleção no concurso até a publicação foi bom, apesar de angustiante, porque permitiu que a poeira assentasse, detalhes pudessem ser revistos e as decisões fossem mais acertadas.

Cite uma sugestão de alguém que leu seu livro que mudou a forma como você enxergava o próprio trabalho?
Os amigos do coletivo de criação literária Discórdia leram uma das primeiras versões do livro e fizeram sugestões imprescindíveis. A mais radical talvez tenha sido do Filipe Souza Leão, que sugeriu uma redução de 50% do conto que, por coincidência (ou não?), se chama A Metade de Tudo. Foi quando percebi que, escrevendo menos, era possível dizer muito mais.

Quem (vivo ou morto, famoso ou não) você gostaria que lesse seu livro e comentasse (bem ou mal)?
Por mais que críticas negativas algumas vezes nos ensinem a escrever melhor, todo escritor prefere os comentários elogiosos. Não apenas pelo ego, que de qualquer maneira precisa ser rebaixado para produzir um bom texto, mas principalmente porque o trabalho de escrita é demorado e solitário. Quando o livro chega, após anos de gestação, uma acolhida gentil é sempre bem-vinda. Eu gostaria que Julio Cortázar lesse. Apesar de conhecer pouco da obra dele, tenho um fascínio que é também certo fetiche. O mesmo vale para o Murilo Rubião. Esses são famosos. Porém eu gostaria que muitos leitores comuns lessem e se inquietassem com as histórias, do mesmo jeito que eu me inquieto quando leio outros livros. Para mim, essa é a sensação mais interessante que a literatura pode provocar.

Quem dirigiria uma adaptação de seu livro (ou de um conto específico) para o cinema?
Sou péssimo com nomes de cineastas. Aliás, depois de pesquisar sobre problemas das imagens na arte e na literatura, a relação com o cinema ficou mais difícil. Talvez Wim Wenders fosse um bom diretor para a adaptação. Já o vi, em diversas ocasiões, questionar as imagens cinematográficas de um jeito que mostra certa proximidade com o Testemunho Ocular.

Mencione uma pessoa próxima que não gosta ou não entende sua prosa (e qual crítica essa pessoa costuma fazer).
Não faz muito tempo, minha esposa leu uma dramaturgia que eu estava escrevendo. O comentário foi: bom, você é artista, deve saber o que está fazendo. Ela se esforça para conhecer meus textos, mas eu sei que são muito diferentes do que gosta de ler. Essa distância é boa, no fim das contas, porque traz uma perspectiva diferente e me faz abrir os olhos para demais possibilidades.

Com qual personagem do seu livro sairia para jantar ou levaria para um mochilão pela América do Sul?
Eu tomaria um cappuccino com Lucia, que aparece no último conto, chamado Flashes. Para descobrir o motivo desse encontro, sugiro leia o livro. ;)

O livro Testemunho Ocular está disponível aqui: www.lamparinaluminosa.com

Entrevista publicada originalmente em: Medium / Alex Xavier
Siga o Medium do coletivo Discórdia.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A ESQUERDA DE DELEUZE



– O que é ser de esquerda para você?

 – Vou lhe dizer. Acho que não existe governo de esquerda. Não se espantem com isso. O governo francês, que deveria ser de esquerda, não é. Não é que não existam diferenças nos governos. O que pode existir é um governo favorável a algumas exigências da esquerda. Mas não existe governo de esquerda, pois a esquerda não tem nada a ver com governo. Se me pedissem para definir o que é ser de esquerda, ou definir a esquerda, eu o faria de duas formas. Primeiro, é uma questão de percepção. A questão de percepção é a seguinte: o que é não ser de esquerda? Não ser de esquerda é como um endereço postal. Parte-se primeiro de si próprio, depois vem a rua em que se está, depois a cidade, o país, os outros países e, assim, cada vez mais longe. Começa-se por si mesmo e, na medida em que se é privilegiado, em que se vive em um país rico, costuma-se pensar em como fazer para que essa situação perdure. Sabe-se que há perigos, que isso não vai durar e que é muita loucura. Como fazer para que isso dure? As pessoas pensam: "Os chineses estão longe, mas como fazer para que a Europa dure ainda mais?" E ser de esquerda é o contrário. É perceber… Dizem que os japoneses percebem assim. Não veem como nós. Percebem de outra forma. Primeiro eles percebem o contorno. Começam pelo mundo, depois o continente europeu, por exemplo, depois a França etc., até chegarmos à Rue de Bizerte e a mim. É um fenômeno de percepção. Primeiro se percebe o horizonte.

– Mas os japoneses não são um povo de esquerda…

– Mas isso não importa. Estão à esquerda em seu endereço postal. Estão à esquerda. Primeiro vê no horizonte e sabe que não pode durar, não é possível que milhares de pessoas morram de fome. Isso não pode durar mais. Não é possível essa injustiça absoluta. Não em nome da moral, mas em nome da própria percepção. Ser de esquerda é começar pela ponta. Começar pela ponta e considerar que estes problemas devem ser resolvidos. Não é simplesmente achar que a natalidade deve ser reduzida, pois é uma maneira de preservar os privilégios europeus. Deve-se encontrar os arranjos, os agenciamentos mundiais que farão com que o terceiro mundo… Ser de esquerda é saber que os problemas do terceiro mundo estão mais próximos de nós do que os de nosso bairro. É de fato uma questão de percepção. Não tem nada a ver com a boa alma. Para mim, ser de esquerda é isso. E, segundo, ser de esquerda é ser ou devir minoria. Não deixar devir minoritário. A esquerda nunca é maioria enquanto esquerda. Por uma razão muito simples: a maioria é algo que supõe, até quando se vota, não é só a maior quantidade que vota para tal coisa, mas a existência de um padrão. No Ocidente, o padrão de qualquer maioria é: homem, adulto, macho, cidadão. Ezra Pound e Joyce disseram coisas assim. O padrão é esse. Portanto, irá obter a maioria aquele que, em determinado momento, realizar esse padrão. Ou seja, a imagem sensata do homem adulto, macho, cidadão. Mas posso dizer que a maioria nunca é ninguém. É um padrão vazio. Só que muitas pessoas se reconhecem nesse padrão vazio. Mas, em si, o padrão é vazio. O homem macho etc. As mulheres vão contar e intervir nessa maioria ou em minorias secundárias a partir de seu grupo relacionado a esse padrão. Mas, ao lado disso, o que há? Há todos os devires que são minoria. As mulheres não adquiriram o ser mulher por natureza. Elas têm um devir mulher. Se elas têm um devir mulher, os homens também o têm. Falamos do devir animal. As crianças também têm um devir criança. Não são crianças por natureza. Todos os devires são minoritários. Só os homens não têm devir homem. Não, pois é um padrão majoritário.

– É vazio.

– O homem macho adulto não tem devir. Pode devir mulher e vira minoria. A esquerda é o conjunto de processos de devir minoritário. Eu afirmo: a maioria é ninguém e a minoria é todo mundo. Ser de esquerda é isso: saber que a minoria é todo mundo e que é aí que acontece o fenômeno do devir. É por isso que todos os pensadores tiveram dúvidas em relação à democracia, dúvidas sobre o que chamamos de eleições. Mas são coisas bem conhecidas.

[transcrição da entrevista com Gilles Deleuze disponível no vídeo]

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PARA CONTAR ARTISTICAMENTE ATÉ TRÊS:

1. Caminhar,
2. Relacionar,
3. Produzir.

Fórmula proposta pelo artista mexicano Moris em entrevista concedida ao núcleo educativo da 30ª Bienal de Artes de São Paulo (talvez não exatamente desta forma). Veja só:


Para saber mais sobre ele, acesse Moris na 30ª Bienal

terça-feira, 13 de março de 2012

UM PASSO QUE É UM SALTO


"Hoje se pode viver de tocar só o que se quer. Nem é preciso fazer outros estilos. O tamanho de Tulipa Ruiz e Criolo, por exemplo, é o tamanho que almejo. Tocar no Brasil inteiro sem precisar fazer programa tosco de TV, sem precisar se ídolo popular. No entanto, fora Tulipa e Criolo, não há muitos outros artistas assim. O formato da grande estrela parece ter acabado. No lugar disso, há outro tipo de artista, aquele que pode viver só do que gosta, sem precisar tocar no shopping ou em festas. Essa geração ainda não está grande para viver de trabalhos autorais exclusivos, mas está grande o suficiente para que os artistas transitem por bons projetos."

Romulo Fróes em entrevista para a revista Continuum n. 35 (fevereiro e março de 2012)


Romulo fala acompanhado pelos três integrantes do projeto Passo Torto, que está sendo recebido pela crítica como um passo a mais na história do samba e, como os músicos dão a entender, de toda a MPB, uma vez que ela tem sua origem naquele. São eles: Marcelo Cabral, Kiko Dinucci e Rodrigo Campos.

Cada um dos músicos possui diversos projetos paralelos, contribuem com bandas, acompanham amigos em turnês e, por meio dessa multiplicidade toda, vão compondo a nova música brasileira.

É uma tendência? Parece que sim. Eu sou a favor. Principalmente quando vejo bandas mais antigas insistindo em fazer mais do mesmo que fizeram nas últimas décadas simplesmente porque têm fãs. Sem criatividade, sem renovação, sem fôlego.

Acredito muito em quem salta de galho em galho, ou seja, que experimenta, produz trabalhos diferentes, pesquisa, troca conhecimento, vive numa jam session permanente. Em tempos de multiculturalismo, de informação acessível e rápida, acredito que esse seja o caminho. Vamos acompanhar para ver onde dá.

Que tal começar ouvindo o primeiro - e talvez único - disco do Passo Torto? Está disponível gratuitamente no site oficial da banda: Passo Torto. Basta registrar seu e-mail e baixar.

Baixe o PDF da revista e leia a entrevista completa: Continuum


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

REFLEXÕES POÉTICAS: INFLEXÕES VERBAIS



No Brasil, poesia é essencialmente uma arte marginal, para não dizer que sempre foi. Digo isso por conta do número de iniciados, não pela posição social deles. Qual dos seus amigos lê poesia? Poucos, imagino. Mas, quem gosta, gosta de verdade, de Drummond e Bandeira a Gullar e Piva, dos caras que fizeram história até os que estão começando a ganhar espaço.

Então, fica a dica do Livro Ruído, de Davi Araújo, recém-publicado em Portugal pela Ecleia Editora. Quem é marginal a ponto de ler poesia, vai gostar e gozar.

Ouça a entrevista que o autor concedeu à rádio Unesp: Davi Araújo – Rádio Unesp

Para saber mais sobre o Livro Ruído: Eucleia Editora

Blog: Não Fique São

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A PALAVRA AO LEITOR

"(...) O texto literário é um texto que também dá voz ao leitor. Quando escrevo, por exemplo: 'A casa é bonita', coloco um ponto final. Quando você lê para uma criança 'A casa é bonita', para ela pode significar a que tem pai e mãe. Para outra criança, 'casa bonita' é a que tem comida. Para outra, a que tem colchão. Eu não sei o que é casa bonita, quem sabe é o leitor. A importância para mim da literatura é acreditar que o cidadão possui a palavra. O texto literário dá a palavra ao leitor. O texto literário convida o leitor a se dizer diante dele. Isso é o que há de mais importante para mim na literatura."

Bartolomeu Campos de Queirós, no projeto Paiol Literário, promovido pelo jornal Rascunho

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Qual a importância da literatura na vida cotidiana das pessoas?

"Esta pergunta poderia abranger a noite inteira de conversa, porque seria algo relacionado com a filosofia da arte. Para que serve a arte? A literatura, assim como a arte, é uma forma de conhecimento, de perceber o mundo e de expressar essa percepção. Nesse sentido, toda arte teria uma utilidade. Mas não acho que o critério da utilidade deva ser usado em relação à arte. Arte não deve ser vista de uma maneira tão pragmática, tão imediatista. Não se pode negar que a literatura contribui para a maturação e evolução da língua, para a expressividade dessa língua, para a utilização dessa língua, inclusive para a comunicação científica, porque as linguagens se entrelaçam. E como qualquer arte, a literatura é uma forma importante de conhecimento, de ver o mundo e de expressar o mundo através da linguagem. Acho que quem se expõe a um estímulo intelectual, emocional, artístico, está dando a si mesmo uma chance de expansão da sua sensibilidade, da sua humanidade. Se nós nos limitássemos a comer e procriar, tudo seria muito pobre."

O escritor João Ubaldo Ribeiro, num bate-papo do Paiol Literário (projeto promovido pelo jornal Rascunho em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba, o Sesi Paraná e a Fiep). Leia a entrevista completa aqui: www.rascunho.com.br

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mariana Delfini: Muitas pessoas vêm à peça atraídas pela imagem que têm de você na televisão. Mas, no palco, você adota um tom irônico e até agressivo em relação à plateia. Não teme frustá-la?

Caco Ciocler: A graça do espetáculo é mesmo esta, frustrar qualquer expectativa de quem vai em busca de entretenimento. O fato de eu fazer televisão potencializa esse jogo. Veja bem: não tenho nada contra o entretenimento, mas já existe tanta coisa dando conta dele... Acho uma pena as pessoas virem buscá-lo também no teatro. Sinto que a gangorra pesa muito para esse lado e pouquíssimo para o da arte, que dá espaço à dor – não a dor como objeto de culto, mas a dor da vida, mesmo, a dor diante do vazio. Preencher o tempo com o entretenimento é uma maneira de fingir que esse vazio não existe. A arte deve estimular o movimento oposto: nos fazer parar de mentir sobre ele. Deve dar à existência uma dimensão mais sublime, para além do banal.

Entrevista concedida à revista BRAVO! deste mês, a respeito da peça 45 minutos, em cartaz no Centro Cultural São Paulo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

ÁGUAS BARRENTAS

Durante as reuniões preparatórias da expedição Rio Pinheiros Vivo, me indicaram o documentário abaixo, que só consegui assistir há pouco. Foi uma pena não ter visto antes, porque ele poderia ter colaborado muito com a oficina literária que propusemos lá.

São vinte e cinco impressionantes minutos, que contam a história da cidade de São Paulo pelo ponto de vista dos rios. O mais surpreendente nisso tudo talvez seja descobrir que as enchentes são coisa antiga, já acontecem há quase um século. E que, apesar de serem produto da urbanização descontrolada, às vezes elas parecem ter sido muito bem planejadas por uma sucessão de administradores incompetentes.

Sugiro que você também assista a esse documentário, de preferência agora, para não correr o risco de deixar para depois e se arrepender, como aconteceu comigo. Vale a pena.



Aproveitando, fica aqui outro trabalho bacana do Coletivo Santa Madeira, que também fala dos rios de São Paulo:



Mais informações: As margens do progresso

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ADVOGADOS ANTIQUADOS ANTIQUADROS




Os desenhos de Gil Vicente escolhidos para participar da 29ª Bienal de São Paulo exibem, de maneira clara, o sentimento de grande parte dos brasileiros em relação aos nossos governantes e também em relação à política mundial como um todo. Os advogados da OAB, que não entendem nada de arte, mas que adoram uma polêmica, fizeram um pedido formal para a retirada das obras. Segundo eles, trata-se de uma apologia ao crime. Na última vez em que vi algo semelhante, eram tempos de ditadura militar. Não é o caso de hoje, ainda bem, só que tem gente que ainda pensa com aquela cabeça. Minhas perguntas:

1) Sobre entender as coisas ao pé-da-letra: depois de ver esses desenhos, você sairá matando políticos Brasil afora?
2) Sobre a novidade: mesmo antes de ver esses desenhos, você já não tinha pensado em algo semelhante?
3) Sobre a expressão "é melhor ouvir isso do que ser surdo": devemos dar atenção à OAB?

A Fundação Bienal decidiu que não. Portanto, os quadros permanecerão à mostra. Achei ótimo, até porque eles já tinham sido exibidos em outras quatro cidades. Pelo jeito, nossos advogados não têm o hábito de visitar exposições de arte. Então, querem dar chilique agora? Me poupem.





Leia mais:
Artista 'mata' Lula, FH e outros políticos na obra mais polêmica da Bienal de SP

RIO - Ninguém foi mais assediado na segunda-feira do que o pernambucano Gil Vicente, por enquanto a grande estrela da 29ª Bienal de São Paulo. Na última sexta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo fez uma nota de repúdio e ameaçou processar a Fundação Bienal por expor a série de desenhos em carvão "Inimigos", em que Vicente se autorretrata matando personalidades como o presidente Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a rainha da Inglaterra Elizabeth II e o papa Bento XVI. A Bienal já afirmou que não vai retirar a obra, exposta anteriormente em quatro outras cidades.

- Parece que voltamos à ditadura. A OAB alegou que a obra incita o crime. Qual é o crime maior, criar essa ficção ou o roubo de dinheiro público dos nossos políticos? - questionou Gil Vicente.

O curador Agnaldo Farias criticou a ação como "tacanha e mesquinha":

- Dizer que a obra incentiva a violência é o mesmo que dizer que "Édipo rei" incentiva o incesto. Só chamará mais atenção para o artista, cujo trabalho tem muito mais qualidade do que essa polêmica.

Retirado de: O GLOBO